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Educação para o Património Cultural e Turismo Sustentável turma 1

Apresentação

Esta ação de formação de curta duração releva na dimensão científica e pedagógica de todos os grupos de docência e resultou da iniciativa da Fortaleza de Sagres - Museus e Monumentos de Portugal, E.P.E. , em parceria com o CFAE Rui Grácio, membro da rede de Escolas Associadas da Unesco, e com o apoio da Universidade do Algarve - ESGHT e da CCDR Algarve, I.P. – Unidade de Cultura. A Fortaleza de Sagres entra em 2024 com uma nova tutela a Museus e Monumentos de Portugal. E.P.E., mantendo-se como um dos monumentos mais visitados do país, passando, assim, a integrar um conjunto de 38 museus e monumentos de grande relevância cultural e patrimonial. O novo Centro Expositivo da Fortaleza de Sagres, inaugurado em março de 2023, representa uma importante referência cultural e pedagógica para a região. Este espaço propõe uma reflexão em torno da história e da paisagem cultural associada à Fortaleza de Sagres, na sua relação com as mudanças que, a partir deste território, se proporcionaram para a história mundial, através de um olhar contemporâneo e questionador. O Serviço de Educação e Mediação Cultural da Fortaleza de Sagres propõe assim um conjunto de novas ofertas educativas, já disponíveis no website do Promontório de Sagres. Estas novas propostas recuperam ligações a várias ciências e áreas de conhecimento, o que permite às escolas, técnicos das áreas da cultura, educação e turismo, conhecer de forma integrada, a arquitetura da Fortaleza de Sagres e das suas edificações e reconhecer, por exemplo, o papel da matemática na criação e na construção da realidade, não esquecendo também o papel fundamental das ideias criativas na criação de novos conteúdos, assim como na interpretação da paisagem. O Promontório de Sagres foi, ainda, distinguido com a Marca do Património Europeu, no ano de 2015, pela riqueza e complexidade da sua paisagem cultural e pela sua ligação a um “período que marcou a expansão da cultura, das ciências, da exploração e do comércio europeus, tanto para o Atlântico como para o Mediterrâneo, abrindo o caminho para a afirmação e projeção da civilização europeia, que veio a modular o mundo moderno”. Neste sentido, constitui-se, pois, como um local ideal para refletir sobre temas tão atuais e abrangentes como é a conservação atual do património e as novas perspetivas e abordagens contemporâneas da Educação num sítio tão rico como é este Monumento.

Destinatários

Educadores de Infância, Professores do Ensino Básico, Secundário e Educação Especial; Técnicos especializados e outros agentes educativos

Releva

Despacho n.º 5741/2015 - Enquadra-se na possibilidade de ser reconhecida e certificada como ação de formação de curta duração a que se refere a alínea d) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 22/2014. 

Objetivos

- Comemorar o DIMS, Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, 18 de abril de 2024. O DIMS tem como tema em 2024 “Catástrofes e conflitos à luz da carta de Veneza”. De acordo com o Património Cultural, I.P., entidade responsável pela Coordenação Nacional das comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios em Portugal, o tema “Catástrofes e conflitos à luz da Carta de Veneza”, também conhecida como Carta Internacional para a Conservação e Restauro de Monumentos, é um dos documentos determinantes na conservação do património. Este documento foi resultado do II Congresso Internacional de Arquitetos e de Técnicos de Monumentos Históricos, em Veneza, em maio de 1964, e adotada pelo ICOMOS e a UNESCO. - Refletir sobre o património cultural partilhado que emana da Convenção Internacional de Veneza, no ano em que celebra 60 anos, e sobre a sua contemporaneidade. Na realidade, os monumentos históricos fazem parte de um património global e de um legado, que urge salvaguardar. Neste sentido, a Carta de Veneza reforça os princípios internacionais orientadores da conservação e do restauro dos monumentos históricos, entendendo que “a conservação e restauro de monumentos visa salvaguardar tanto a obra de arte como o testemunho da história”. - Refletir sobre a conservação do património cultural e a sua ligação óbvia à Educação e aos contextos educativos mais pragmáticos e práticos. - Criar a oportunidade das escolas e agrupamentos participarem em programas inclusivos, combinando visitas orientadas à Fortaleza de Sagres, Centro Expositivo, exposições temporárias, com a realização de oficinas, atividades lúdico-pedagógicas e outros projetos. Criar a oportunidade das escolas e agrupamentos estabelecerem diálogos entre o património cultural e o ambiente (alterações climáticas, sustentabilidade e impacto das atividades culturais), promovendo o desenvolvimento do pensamento crítico e criativo. Criar a oportunidade das escolas e agrupamentos utilizarem de forma sustentada as ferramentas digitais, quer no acesso aos conteúdos do Centro Expositivo, quer na implementação das oficinas e projetos. - Desenvolver uma cultura da curiosidade dos alunos participantes, promovendo uma abordagem que enfatiza o questionamento, a experimentação, a criatividade e a busca por soluções inovadoras.

Conteúdos

PROGRAMA: 16H30: Sessão de Boas Vindas; Luciano Rafael, Diretor da Fortaleza ; 16H40: “De Veneza a Faro: Autenticidade, identidade e devolução”, Pedro Gago, Conservador-restaurador da CCDR Algarve, I.P.; 17H10: “Património Cultural, Educação e Turismo Sustentável”, Alexandra Gonçalves, Diretora da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo ESGHT (UALG); 17H50: Beberete; 18H05: “Apresentação do Programa Fortaleza Educativa com Lançamento de FlipBook”, Ana Sousa; Serviço Educativo e Mediação Cultural da Fortaleza de Sagres. 18H45: Participação do público; lugar a colocação de questões; 19H00: Visita ao Centro Expositivo. 19H30: Encerramento dos trabalhos CONTEÚDOS: - De Veneza a Faro: Autenticidade, identidade e devolução: num contexto de reconstrução identitária, após a II guerra mundial, e na convicção que as instituições internacionais são importante contributo para a cooperação e desenvolvimento da humanidade, a reflexão sobre a defesa, conservação e restauro do património cultural consubstancia-se como um cimento no caminho da paz. A carta de Veneza, sobre a conservação e o restauro de monumentos e sítios, faz esta reflexão sobre a defesa do património cultural nos seus valores de autenticidade, originalidade e singularidade. O documento estabelece os princípios fundamentais orientadores das intervenções, com um único objetivo - o respeito integral da herança cultural, nas suas vertentes históricas e materiais. Mas é o valor da devolução (tantas vezes esquecido), aquele que conduz à apropriação do património pela comunidade, o garante para a sua salvaguarda e legado às gerações futuras. - Património Cultural, Educação e Turismo Sustentável: a integração das necessidades turísticas na gestão do património é essencial não só para responder à satisfação e às motivações dos visitantes, mas também para evitar o vandalismo e a deterioração do património e, principalmente, para desenvolver um movimento de apoio à salvaguarda e valorização dos locais. Tradicionalmente, a salvaguarda e preservação do património centraram a sua ação e política nos objetos. Toda abordagem patrimonial deve incluir a participação dos visitantes, como principais impulsionadores. A expansão da noção de património cultural, integrando o que tem sido denominado “novo património” - arquitetura rural, paisagística, jardins históricos, património industrial, património imaterial - coloca problemas às comunidades, que devido a restrições humanas, financeiras e até de outros recursos materiais, são obrigados a selecionar os bens a preservar e a estabelecer a necessidade de novos modelos de gestão. Os documentos mais recentes destacam a necessidade de planear e agir simultaneamente na preservação do património, envolvendo a participação direta das populações e com base em outras formas de gestão. O interesse em conhecer locais e atividades que representem autenticamente a história e as gentes do passado tem transformado o património num recurso turístico para responder a uma procura crescente. Alguns destinos mediterrânicos, conscientes de que estas ofertas podem ser fundamentais numa estratégia de diversificação da sua procura, mas também no contributo para o combate à sazonalidade, têm feito grandes esforços para investir em projetos culturais e de requalificação do património, que incluem as comunidades. No entanto, será possível encontrar propostas associadas ao território e às suas identidades, não só porque os recursos não são iguais, mas sobretudo porque a experiência da visita cultural é hoje uma experiência de maior interação e participação na produção por parte dos visitantes. As tensões entre o turismo e o património são discutidas e os benefícios devem ser alcançados para as partes interessadas de ambos os lados. A diversidade e as interligações dos valores culturais tangíveis e intangíveis são muito importantes para melhorar a apreciação e a compreensão do significado do património. Estratégias importantes têm a ver com a forma como aumentamos a sensibilização dos diferentes públicos, e a experiência do visitante através da interpretação e apresentação desse património cultural. A educação e mediação cultural podem ser ferramentas principais na melhor salvaguarda do património cultural. - Fortaleza de Sagres - Serviços Educativos e de Mediação Cultural da Fortaleza de Sagres: apresentação do Programa Fortaleza Educativa, com o lançamento de flipBook.

Metodologias

Exposição oral; apresentação genially; discussão participada e questionamento: Divulgação e Comunicação dos Serviços Educativos e de Mediação Cultural. Os Professores serão convidados a realizar um dos kahoots de avaliação de uma das Atividades do Serviço Educativo e Visita orientada ao Centro Expositivo.

Avaliação

Os participantes procedem a uma breve reflexão escrita online sobre a formação desenvolvida e a sua importância no seu desenvolvimento pessoal e profissional (obrigatória).

Modelo

A ação será avaliada mediante questionário online a preencher pelos formandos (obrigatório).

Bibliografia

Carta de Veneza sobre a Conservação e Restauro de Monumentos e Sítios. ICOMOS, Veneza (Itália), 25 a 31 de maio de 1964 Convenção de Faro Convenção Quadro do Conselho da Europa relativa ao valor do Património Cultural para a sociedade. Conselho da Europa, Faro (Portugal), 27 de outubro de 2005 Lei n.º 107/2001, de 08 de setembro – Lei de Bases do Património Cultural Estabelece as bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural. Lei n.º 47/2004, de 19 de agosto Aprova a Lei Quadro dos Museus Portugueses Despacho n.º 1720/2022 Aprova a Estratégia de Promoção da Acessibilidade e da Inclusão dos Museus, Monumentos e Palácios na dependência da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e das Direções Regionais de Cultura (DRC) 2021-2025

Observações

FORMADORES: MARIA ALEXANDRA RODRIGUES GONÇALVES Maria Alexandra Patrocínio Rodrigues Gonçalves é Professora Adjunta da Universidade do Algarve, Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo, onde leciona desde 1997. É investigadora Integrada do CinTurs - Research Centre For Tourism, Sustainability and Wellbeing para as áreas do Turismo, Território, Património, Gestão Cultural e Indústrias Criativas. É doutorada em Turismo pela Universidade de Évora (2013), Mestre em Gestão Cultural pela Universidade do Algarve (cooperação com Universidade de Paris-8, Sorbonne) (2002), Pós-graduada em Direito do Património Cultural pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (2016), Licenciada em Marketing(1997). Desempenhou cargo de Diretora Regional de Cultura do Algarve de 16 de dezembro de 2013 a 15 de dezembro de 2018; foi vereadora da Câmara Municipal de Faro entre outubro de 2009 e outubro de 2013, com os pelouros da cultura, do turismo, da ação social, da economia e da saúde. Possui investigação publicada nas áreas da experiência turística e cultural, no turismo cultural e criativo, na gestão do património cultural e dos museus, na avaliação de eventos, entre outros. É coordenadora de projetos na área do Turismo, Cultura e Sustentabilidade, e de outros projetos nas áreas das indústrias criativas e do empreendedorismo. Possui vários trabalhos publicados nas áreas do turismo, da cultura e do património e das indústrias culturais e criativas. Desde 30 de outubro de 2019 é a Diretora da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve. PEDRO GAGO É licenciado em conservação e restauro, com especialização em pintura mural. Foi bolseiro de investigação científica da FCT na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra no projeto: Bases para o Estudo e Restauro dos Revestimentos Históricos da Alta de Coimbra. Em contexto de trabalhos de conservação e restauro, tem estudado as técnicas e materiais de suporte dos programas decorativos e acabamentos no património edificado. Foi docente no Curso Técnico Profissional de Conservação e Restauro, na Escola de Recuperação do Património de Sintra; Docente do Curso Técnico de Museografia Arqueológica e do Curso Profissional de Assistente de Arqueólogo, na Escola ALSUD de Mértola; Cooperante ao serviço da ONG- Restauradores sem Fronteiras, como coordenador do curso de Técnicos de Conservação de Manutenção de Sítios Históricos, financiado pela Agência Espanhola de Cooperação e Desenvolvimento, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde. Exerceu atividade profissional de Conservador-Restaurador no Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira, de 2011 a 2021. Atualmente exerce atividade profissional na Unidade de Cultura da CCDR Algarve, IP. Sócio nº 61 da Associação Profissional de Conservadores-Restauradores de Portugal (ARP). Sócio fundador do Grupo de Portugal da ONG - Restauradores Sem Fronteiras. Vogal da direção da Associação Profissional de Conservadores-Restauradores de Portugal (ARP), no biénio 2002/03. ANA TERESA AIRES E SOUSA Licenciada em Ensino Básico em Matemática e Ciências da Natureza. Possui Mestrado em Supervisão em Ensino em Ciências da Natureza. Obteve a Parte Curricular do Doutoramento em Didática da Matemática e Ciências Experimentais. Professora de Matemática e Ciências Naturais no Ensino Básico, desde 1989/90. Coordenadora de Departamento e Coordenadora dos Diretores de Turma. Orientadora de Estágio, Professora Cooperante da Escola Superior de Educação do Porto. Professora Assistente Convidada da Escola Superior do Porto; Orientação da Prática Pedagógica. Presentemente em mobilidade estatutária na Fortaleza de Sagres, com funções no Serviço Educativo e de Mediação Cultural da Fortaleza de Sagres.

Formador

Ana Teresa Aires e Sousa

Maria Alexandra Patrocínio Rodrigues Gonçalves

Pedro Miguel Pinto Miranda Gago

Início: 18-04-2024
Fim: 18-04-2024
Acreditação: ACD18/23-24
Modalidade: ACD
Pessoal: Docente
Regime: Presencial
Duração: 3 h
Local: Fortaleza de Sagres